Era uma vez um cavaleiro que vivia com a sua família, no meio da uma floresta, no Norte da Dinamarca. Em frente à casa avistava-se o maior pinheiro da floresta. Certo natal, o Cavaleiro disse a sua família aos amigos e aos criados que no natal seguinte não estaria presente. Porque iria passá-lo em Belém, na gruta onde nasceu Jesus. No entanto, também prometeu que no Natal a seguir estaria de novo com a família. Ninguém se opôs porque nunca se deve dizer a um peregrino para não partir. Partiu na Primavera, chegou à Palestina, seguiu até Jerusalém passando a noite de Natal na gruta em que Jesus nasceu. Também travou uma grande amizade com um mercador veneziano. Partiram para Itália. O Cavaleiro nunca tinha imaginado uma beleza como a que veio a encontrar na cidade de Veneza. Mas, passados alguns dias, o dinamarquês decidiu partir para casa, para junto da sua família. O mercador deu-lhe um cavalo, cartas de apresentação para facilitar a estadia em casa de amigos no Norte de Itália. Passou por Ferrara e Bolonha, chegando em Maio a Florença. Encontrou a casa do banqueiro Averardo. O banqueiro, nessa noite, tinha convidado alguns colegas para lá ir jantar. Mais uma vez, o Cavaleiro ficou espantado com o conhecimento que se reunira naquela sala de jantar. Ouviu a história de Giotto e Cimabué, de Dante e Beatriz. Mas era necessário partir. A caminho de Génova o dinamarquês adoeceu. Os frades de um convento trataram dele, mas muito lentamente. O Verão passou e todos os navios que o levariam de Génova até Flandres já tinham partido. Então, por terra e de cavalo, o Cavaleiro iniciou a sua viagem até Bruges. Atravessou os Alpes, os campos e toda a França. Mas quando finalmente chegara a Flandres já era Inverno. O Cavaleiro dirigiu-se então para a casa de um negociante flamengo, levando consigo uma carta do banqueiro Averardo. Foi aí que ouviu as histórias de um marinheiro da frota do negociante. As expedições portuguesas em que participara e a descoberta de África. Contou-lhe que o desentendimento das línguas provocara algumas guerras.
Mas o dinamarquês continuava sem saber como voltar à sua cidade. Por mar não ia ser de certeza! Então decidiu efetuar uma viagem dura a pé. Os rios estavam gelados, o frio piorava a situação. Mas nunca desistiu e continuou o seu caminho até casa. Na antevéspera de Natal, chegou finalmente a uma pequena povoação perto da sua familiar floresta. E foi ter com os seus amigos, que lhe disseram que a família estava preocupada com a sua ausência. Os amigos emprestaram-lhe outro cavalo, porque o seu estava coxo e cansado e ele prosseguiu com a sua viagem a um ritmo ainda mais rápido. Mesmo ao findar do dia, optou por um caminho que o levaria a uma pequena aldeia de lenhadores. Aí comeu uma ceia, por muito que o tentassem convencer a não ir, o Cavaleiro continuou com a sua viagem mas perdeu-se na noite. Quando, na floresta deserta, gelada e escura enfrentou o perigo de lobos e de um urso, ele apenas dizia que era noite de trégua, noite de Natal. Sentiu-se perdido, pensou nos Reis Magos e na estrela que os guiara. E olhou para o céu mas nada o guiou. Então rezou e, ao longe, começou a notar uma claridade que lhe deu outra esperança. Ocorreu-lhe que outro lenhador estivesse perdido. Pensou que pudesse passar a noite com ele ao pé de uma fogueira que ele tinha feito. Ele foi em direção anjos tinham colocado luzes no grande pinheiro que ficava ao lado da sua casa. O Cavaleiro conseguiu chegar a tempo de passar o Natal com a família. Assim nasce a tradição do pinheiro de Natal, decorado e iluminado, que junto da família o cavaleiro repete todos os anos A fé e a persistência fizeram com que conseguisse cumprir a sua promessa. Da Dinamarca, este costume espalhou-se para o resto do mundo.